terça-feira, 8 de novembro de 2016

Ghoul (2015): canibalismo, um serial killer real e mais do mesmo

A co-produção tcheco-ucraniana Ghoul (2015) é mais um found footage que explora dois temas constantes em filmes de horror: o canibalismo e um serial killer. Desta vez, porém, a ideia é partir de fatos reais para se chegar a uma história que trata de um espírito em um local mal assombrado que, obviamente, vai trazer tudo de ruim para quem estiver no lugar.

A narrativa começa com um grupo de três estadunidenses que viajam a Ucrânia para fazer um documentário a respeito do Holodomor, a grande fome ucraniana do início da década de 1930, que teria se notabilizado pela suposta epidemia de canibalismo que teria assolado o país. Lá, os estrangeiros vão parar em um casebre construído no interior de uma floresta para entrevistar um dos últimos sobreviventes do episódio. Estão acompanhados de uma tradutora, um guia local e uma cigana. Logo, vão descobrir que não estão sozinhos ali.

Quando acontecimento e estranhos começam a ocorrer a partir de uma invocação por meio de um tabuleiro ouija (sim, a tal "brincadeira do copo"), os visitantes vão descobrir algo que, na verdade, foi o grande chamariz do filme em países como a República Tcheca, onde a película fez grande sucesso. A casa está assombrada pelo espírito de Andrei Chikatilo, um serial killer real conhecido por apelidos como o Açougueiro de Rostov ou o Estripador Vermelho. Ele confessou ser o assassino de 53 pessoas entre os anos de 1978 e 1990, sendo executado em 14 de fevereiro de 1994 na Rússia.



Um país pouco usual nas telas de cinema, duas histórias também não muito abordadas e poderíamos ter um filme que saísse do lugar comum. Mas não. Ghoul é um amontoado de clichês, não encontrando uma linha narrativa que se sustente e deixando de garantindo sequer aquilo que se espera de boa parte dos found footage, um susto de vez em quando. O espírito maligno da história oscila entre o tipo que perturba psicologicamente as pessoas, passando pela possessão, telecinese e mesmo incorporação. Um "super espírito" reunindo remissões a filmes que certamente você já viu. Tudo junto e misturado.

No final, a sensação é de que, em algum momento da história, quando até se tenta criar um clima de suspense, deixando o espectador curioso, deixou-se de lado a pretensão de se fazer um filme de horror para simplesmente se fazer o horror. No caso, um horror de filme.




Ghoul (2015)
República Tcheca/Ucrânia
Direção: Petr Jakl
Elenco: Debra Garza, Jennifer Armour, Jeremy Isabella, Paul S. Tracey e Alina Golovlyova.
Cotação: 2/10
Disponível no Netflix

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